Cada vez mais eu me orgulho da pessoa que estou me tornando, dos contatos novos que permiti fazer, de ter aberto minha mente. Sai da zona “o que a família e amigos pensam” para encontrar o que eu acredito. Muitas vezes ficamos presos em nossa bolha social que já não nos ensina ou agrega qualquer coisa.

Percebi que estava nessa situação, cada vez mais estagnada e muitas vezes regredindo, sem conseguir extrair nada das minhas relações e relaxando em aspectos que eu não queria relaxar. Eu tive que evoluir na marra? Tive. Mas como sempre, tinha vários caminhos e fui eu quem escolhi o melhor. Mudei muito, já não me encaixava mais dentro de casa ou na rodinha de amigos. Quantas vezes não me ocorria o seguinte pensamento “Caraca, eu sou muito errada”. Só que para cada pensamento desse, dez vezes ao dia eu pensava como estava orgulhosa de mim mesma, “Eu estou melhor do que ontem”.

Infelizmente eu tive esse momento de sair da bolha na qual vivia muito tarde. Eu ainda não sei quase nada sobre a vida, mas já me sinto livre de saber que o que eu sei foi conquistado por mim e não pela ideia do meu pai ou da minha melhor amiga.

Foi duro no começo, me encontrei com tão poucos amigos, sentindo uma necessidade lamentável de lamber a bunda dos antigos. Hoje eu me abri mais e ainda estou tentando, mas já olho pro rol de pessoas que genuinamente admiro e chamo de amigos com brilho nos olhos. Pessoas que se preocupam com as outras, que não sossegam só porque o barato ficou bom para elas, que lutam diariamente por um país melhor e não esperam apenas que os políticos arregacem a manga para criticar.

Almas que inspiram alegria e amor, além de tanta sabedoria. Eu quero ser igual à elas… cresci com uma matriarca foda, que ensinou muito a tantas pessoas, que ajudou muito os outros em troca de absolutamente nada e talvez no momento que alcancei essa consciência do que minha mãe representou para tantas pessoas é que a bolha ao meu redor estourou.

Eu sou conscientemente uma pessoa egoísta, mas ao olhar todas as pessoas ao meu redor e selecionar admirar e seguir àquelas que são parecidas com ela, não tem como me sentir a vontade quando tudo está bom para mim mas não está bom para o outro. Isso começou a me incomodar. E isso se deve a esse novo mundo que tantas pessoas me inspiraram a conhecer.

Quem é que pode ser good vibes?

A cada dia eu vou rompendo ligações com quem não se encaixa nesse meu ideal e buscando mais conexões com almas que eu encaro como verdadeiras. Talvez não deva ser assim, pois precisamos de todos os tipos de pessoas para evoluirmos, ninguém alcança um nível elevado se só estiver cercado por coisas boas desde o começo, porém hoje necessito de aprendizado e não consigo ser melhor no amanhã com gente mesquinha por perto.

Agradeço o momento e agradeço por conseguir me desligar de pessoas que só pensam nelas e não agregam nada ao mundo. Um dia eu ainda vou fazer o mundo de alguém muito bom sem pensar em mim, inspirada em todos vocês que fazem meus olhos brilhar. Eu sou uma sonhadora, mas com os novos contatos que fiz questão de ter, quero me tornar uma realizadora.

Juliana Saueia

Juliana é atriz, escritora e bacharel em Direito. Vive com os pés na estrada e a cabeça em outros planetas.

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