Ah, como eu me apaixonei quando descobri a galera good vibes… que energia boa, quanta troca espetacular, amor acima de tudo, amor por todos, sorriso estampado na cara e muitas, mas muitas plantinhas pra cuidar e fumar.
Os good vibes se importam com as pessoas, com os animais, com as ervas… eles buscam acolher todos, não tem preconceitos, cada um sendo e fazendo o que te faz feliz.
Será?
Esse texto não é para generalizar, mas para prover uma reflexão.
Esses dias uma amiga, que eu sou apaixonada, me chamou para um festival que promove ideias de um mundo bem diferente e bem mais próximo do que achamos ideal. Eu gostaria muito de ter participado, foram vários dias de discussões, reflexões e atividades espirituais e sociais também. Com muita gente lacrando falando difícil sobre temas preocupantes como preconceitos, abusos, negligência com a natureza, etc.
Mas assim, que baita privilégio de quem estava lá, afinal de acessível aquilo não tinha nada.
Não estou invalidando, até porque se eu tivesse me programado, super teria ido e falado muito namastê.
Porém, a gente tem que entender que apenas promover esses festivais que são feitos para uma determinada classe social, que só instiga o debate entre seus iguais, não faz tanto assim pelo mundo né?
Como criar um mundo ideal de amor, respeito e integridade se não levamos o debate para pessoas que não tem como acessar essas conversas?
O mundo ideal é feito da classe média e hippies que vestem Farm?
A gente quer falar dos problemas sociais, mas não inclui quem sente na pele as mazelas de um governo omisso. Não é a toa que um presidente besta como o nosso foi eleito. O povo que se diz do povão não fala com o povão. Eu mesma não falo. Quem vai ler isso aqui são meus amigos e leitores classe média.
Eu só fico aqui pensando como o capitalismo acaba sendo forte. Pegou um conceito como o good vibes e fez dessa uma de suas maiores fortunas.