Que haja Vida o suficiente!

São tempos desesperadores. E eu decidi querer voltar a Vida no meio disso tudo. O caos acontecendo e eu comecei a enxergar a Vida.

A vontade de sair, encontrar todo mundo, visitar meu Rio de Janeiro, beijar na boca, estar na rua sem máscara ficou gigante. Claro, todo mundo quer viver. É que eu estive 4 anos morrendo e agora com um ciclo se fechando no meu mundo particular, eu comecei a ver as cores da Vida.

Mas o que se passa na minha cabeça? O Brasil está desabando e eu querendo viver? Está, literalmente, faltando oxigênio para a população e eu aqui com essa vontade? Como que há esperança no meio de tudo isso?

Assim que a Ansiedade acalmou e os pensamentos atropelados começaram a fazer sentido eu entendi que tudo bem querer viver. É o que a maioria quer e é por isso que a gente luta pra sair dessa situação.

Querer viver e sonhar com os dias em que faremos coisas que hoje são imprudentes, também é importante. E, aliás, só há Vida se houver um mundo lá fora pra ser vivido. Ninguém quer viver num cenário de filme pós apocalíptico zumbi onde se está vivo mas não existe Vida.

Querer viver e fazer coisas que parecem tão absurdas hoje é justamente continuar se abdicando dessas coisas no presente. Para que quando formos viver, haja Vida o suficiente para ser vivida (e sentida) por inteira.

Juliana Saueia

Juliana é atriz, escritora e bacharel em Direito. Vive com os pés na estrada e a cabeça em outros planetas.

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