De volta a out/14 aqui nos meus pensamentos, recordei uma vontade que tive ao visitar São Thomé das Letras que era o de morar por uns 3 meses na cidade.
Ficamos pouco tempo, se lembro bem foram 03 dias, mas ao passar uma noite ali no centrinho na porta da igreja matriz, conheci um garoto que estava tocando violão e cantando um reggae bem gostoso. Reparei que ele estava descalço e essa visão me fez sonhar.
Teletransportei minha mente para meses ali na frente, onde eu mesma teria voltado para esse lugar místico, arrumara uma casinha de pedra por ali e trabalhava em um restaurante. Como esse restaurante só abria as 18 horas, eu passava minhas manhãs pegando carona até chegar em alguma cachoeira e ficava na maior parte do tempo sozinha.
Às vezes ia com alguns amigos que fiz por lá, fazíamos brincadeiras uns com os outros, limpávamos a sujeira do final de semana dos turistas e ficávamos em silêncio por um tempo. Essa era minha vida por alguns meses naquele cantinho de Minas Gerais. Ah, e sempre andava descalça, pra todo canto. Precisava esfriar muito pra me fazer calçar um sapato.
Já estava em outra música quando me dei conta de como tinha viajado no mundo da lua, apenas por uma referência tão singela. Naquela época ainda estava começando a me conectar com a natureza e esse insight com certeza me adiantou um bocado nessa transformação.
Ali eu entendi o que viajar significava para mim, descobrir lugares que conectassem tanto com a minha essência que fariam a minha mente viajar. Eu já descobri alguns outros lugares que me fizeram sonhar como o Rio de Janeiro, Carrancas e Cabo Polonio, outros destinos apenas curti o momento mas não reverberaram na minha pele, na minha imaginação.
Quando digo que viajar é uma das poucas coisas que me faz muito feliz nesse mundo, não é apenas porque eu quero relaxar ou tirar fotos bacanas em um lugar diferente. Eu gosto de viajar na maionese e descobri que viajando para uma cidade diferente, eu posso viajar em dobro. Eu quero cada vez mais descobrir lugares que me remetam a uma fantasia como essa de São Thomé, que eu me enxergue vivendo ali pelo tempo que for, fazendo coisas simples ou geniais, tanto faz na verdade.
É incrível como o detalhe mais besta pode nos fazer sentir as sensações mais importantes. Não foi nenhum lugar ali na cidade que me fez querer viver por lá, foi um pé descalço de um morador. A mente humana é louca gente, nossa intuição então é mais doida ainda, mas eu super dou atenção à elas e vivo por mais experiências como essa.