Até quando a Terra vai ser capaz de nos manter?

Viajar deveria nos fazer expandir, ver as rachaduras do velho sistema e mudar nossos hábitos diários consumistas e limitados. Além de criar uma relação com a natureza diferente.

Quantos lugares “de natureza” não visitamos? E ainda assim não são muitos viajantes que chamam atenção para a preservação dos lugares. A maioria usa e abusa, extrai tudo que aquele local tem para oferecer e acha que, agora que ele já te serviu, não é seu problema. Pois bem, é sim.

Claro, falo mais diretamente com os viajantes por ser o maior público do blog, mas mesmo que você não viaje, tenho certeza que já buscou na natureza “de fora” um abrigo, um silêncio, uma paz, um lazer.

Está na hora de viajar… PRA DENTRO!

Mas principalmente se você divulga aquele destino para outras pessoas, e não falo nem de blogueiros e grandes influenciadores. Ao postar uma foto na sua rede social preferida, mesmo que em uma conta fechada apenas para 20 seguidores, isso já impacta alguém.

Se você se serviu de um lugar, o mínimo é devolver a ele alguma coisa. E na verdade eu nem precisaria falar assim, afinal, dependemos da natureza externa o tempo inteiro, ou esse planeta aqui nem habitável por seres humanos poderia ser, não é mesmo?

O nosso planeta Terra não está a toa no Universo. Ele poderia se regenerar para sempre se nós não estivéssemos extraindo todos os seus recursos naturais. Mas estamos. E essa culpa cai na conta de todo mundo.

Todos querem se conectar com a natureza, fazendo alusão a algo lá de fora, alheio ao convívio diário de um ser humano. Nos distanciamos do conceito de natureza, como se fosse algo apartado de nós mesmos. Talvez tenha se tornado, já que nós estamos destruindo tudo que nos é benéfico, tudo que nos daria uma vida farta, saudável e longa. Somos nossos próprios inimigos. E nem imaginamos.

Quem é que pode ser Good Vibes?

Nos enchem de aparelhos eletrônicos e descartáveis para consumirmos, assim focamos nossa atenção no que não interessa, enquanto tudo que mantém nosso planeta, de fato, funcionando vai sendo devastado. Nos apegamos ao que não importa, achando que são as energias vitais que não podemos viver sem.

Enquanto as únicas forças realmente essenciais para nos mantermos vivos, vão se acabando, bem debaixo dos nossos narizes – que estão enfiados no consumo desenfreado de qualquer outra coisa irrelevante.

Entenda, não é que deveríamos esquecer os descartáveis, mas não são eles que mantém a vida na Terra. E até onde me lembro, somos seres vivos. O mal do homem é achar que ele é a única espécie que não pode ser extinta. Grande ilusão.

Somos tão natureza quanto um peixe no rio, uma cachoeira na Chapada dos Veadeiros ou uma árvore anciã na Floresta Amazônica. Temos a qualidade da sapiência, que estamos provando não ser de muita utilidade ao usá-la justamente para acabar (ou no mínimo deixar os outros acabarem) com tudo que pode nos manter vivos.

Quando nossas florestas acabarem, nossos rios secarem, nossas terras morrerem, nosso ar não se regenerar – porque irão -, de que vai ter adiantado tanto progresso? Aliás, que progresso foi esse? Progredir para a extinção?

Juliana Saueia

Juliana é atriz, escritora e bacharel em Direito. Vive com os pés na estrada e a cabeça em outros planetas.

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2 Comments

  1. CINTIA ALBUQUERQUE

    Infelizmente não temos o poder de mudar a maneira como o homem trata o mundo. A tecnologia, os desacartaveis, o desperdício, a poluição.. Tudo isso não está ao nosso alcance então não adianta tentar mudar o mundo todo porque isso é uma decepção garantida. O que nós podemos fazer, é a nossa parte. Reciclar, reaproveitar, reutilizar tudo o que pode ser reutilizado. Usar um copo de vidro ao invés de copo descartável plástico. Limpar nossa própria sujeira, Se virmos algo no chão, pegar e levar para um lixo mais próximo. ISSO nós podemos fazer. E se todos agissem da mesma forma, aí sim o mundo mudaria. do menor, para o maior.

    1. Na verdade acredito que nós temos todo o poder de mudar a maneira como o homem trata o mundo, afinal, nós somos “o homem”, somos a humanidade. Além de nossas próprias atitudes, criamos outros seres humanos, influenciamos e temos o poder de dialogar, ensinar e aprender. Claro, temos nossas limitações né? Mas até essas limitações podem ser contornadas. A forma como, por exemplo, grandes empresas que são extremamente poluentes, realizam suas atividades, são assim, também, pela forma omissa que a gente enxerga o mundo. Quando uma geração muda seus pensamentos e valores, essas empresas precisam mudar junto. Se você para de consumir de quem não tem políticas ambientais legais, eles precisam se adequar. Informação é poder e muda muita coisa.

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