Essa é a segunda entrevista com a Amanda Longo, que largou seu trabalho como advogada no Brasil para realizar o sonho de fazer um intercâmbio em Dublin, na Irlanda.
Na primeira entrevista ela estava muito negativa com a chegada na ilha da esmeralda. Agora que o intercâmbio está quase no fim, será que as coisas melhoraram?
1 – Durante nossa primeira entrevista, você estava triste e com muita saudade de casa. Ainda possui esses sentimentos?
A: Eu ainda sinto saudades de casa, mas hoje é diferente, eu consigo perceber que estou vivendo meu momento aqui, que a minha casa e família não irão fugir do Brasil.
Eu vou voltar então tenho que aproveitar aqui. A saudade que eu sinto hoje é confortável.
2 – As coisas estão melhores por aí. O que mudou para você?
A: Estão sim. Eu me adaptei aqui, consigo enxergar as coisas boas e ruins com mais leveza. Agora eu estou em outra casa, bem melhor do que as outras, estou trabalhando fixo e registrada. Estou bem, graças à Deus.
3 – Já se adaptou ao frio?
A: Sim! Nunca pensei que fosse acostumar com isso rs. É engraçado que hoje quando a temperatura bate 12 graus eu estou com um certo calor. O dia que bateu 18 graus eu me senti no verão de SP.
Cara, é uma coisa muito engraçada, eu não sinto mesmo o frio. Pelo contrário, o dia que fez calorzinho eu quase passei mal, é estranho como a gente consegue se adaptar à tudo.
4 – Onde você está trabalhando agora?
A: Antes eu fazia cleaner em casa privada. Não era fixo pois era por um aplicativo de limpeza que usamos muito aqui. Mas eu tinha minhas clientes fixas.
Agora eu consegui entrar num hotel por indicação de uma amiga minha aqui (indicação é tudo, façam amigos, sejam legais, ajudem as outras pessoas).
Hoje eu sou housekeeper, no Brasil a profissão é conhecida como camareira. Eu tenho uma gratidão enorme por ter um emprego, é muito bom, mas não é um emprego fácil, é muito puxado. Mas estou bem feliz, tenho muitas experiências por lá!
5 – Você já turistou por Dublin? Quais os pontos que conheceu e os que mais gostou?
A: Ah, eu turisto sempre que posso por aqui. Hoje eu não tenho muito mais tempo, pois trabalho quase todos os dias.
Eu gosto muito do centro de Dublin, dos parques, dos cafés e dos PUB’s.
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6 – Conseguiu fazer alguma viagem para fora de Dublin e até mesmo da Irlanda? É muito caro?
A: Por enquanto eu fui para o País de Gales, que fica no Reino Unido e é super rápido, foi um bate e volta entre Dublin e Holyhead por apenas 7 euros.
Foi super interessante para mim pois foi uma viagem de ferryboat que saiu do porto de Dublin.
Foram mais ou menos 03 horas de viagem com muito conforto e paisagens incríveis (eu nunca tinha andado de navio). O navio é lindo, super fofo por dentro e confortável.
O país parece de desenho, super fofinho, andamos muito até encontrar o ponto turístico que é o Farol South Stack, lugar que venta muito mas é realmente espetacular. Eu adorei!
Agora, no próximo mês vou para Amsterdam com os meus housemates, eu estou realmente ansiosa por isso. Viajar aqui é super barato, indico!
7 – Como foi mudar novamente de casa?
A: Estou morando em Cabra, em Dublin 7. Eu simplesmente amo morar aqui, bairro legal e pessoas legais.
Eu me mudei porque morava numa casa muito pequena, não tinha espaço, privacidade, conforto e não tinha uma convivência boa com as pessoas, ou seja, não era bom para mim. A minha energia estava sempre ruim.
Estou em uma casa grande, com bastante espaço e com pessoas lindas! A melhor coisa foi ter ido para essa casa, sou bem feliz aqui agora.
8 – Fez mais amizades sinceras por aí além da Juliana?
A: Eu encontro pessoas bacanas aqui o tempo todo, graças à Deus.
Eu tenho a minha amiga Ju que está comigo desde que cheguei, pessoa que confio e não largo de jeito nenhum.
Junto com ela a vida me deu de presente o Wellington e a Lays, meus amigos que estão comigo desde sempre e também não largo. E também, tenho meus housemates, pessoas lindas.
9 – Continuam desbravando os PUB’s da Irlanda? Conheceu algum diferente e legal para mencionar?
A: Sempre, todo tempo rs. Isso me ajuda a viver aqui.
Eu adorei conhecer um PUB gay que se chama The George. Foi o lugar mais divertido que já fui por aqui até agora. Lugar colorido de gente feliz, linda e fofa.
Tem apresentação de Drag Queen, perfeitas! Ah, tem um bingo que o prêmio é mil euros. As bebidas tem preço justo, música variada e eu ameeei! Recomendo.
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10 – Como foi passar o St. Patrick’s Day na Irlanda?
A: Ah, foi muito legal! Era para mim um sonho viver esse feriado, eu justamente mudei a data da minha viagem por causa dele, então eu estava radiante neste dia.
Teve desfile na rua principal de Dublin, todo mundo se veste, se pinta de verde, branco e laranja (as cores do país) e a cidade fica toda em festa.
Todo mundo feliz nas ruas, eu senti uma energia muito, mas muito boa nesse dia. Tinha muito turista na cidade, gente do mundo todo!
Fui em vários PUB’s com os meus amigos, todos estavam lotados.
De repente entramos num lugar com um show maravilhoso e super animado, o nome do lugar é Button Factory. Recomendo. É uma casa de show super boa, ficamos lá até enjoar.
11 – E o inglês, sente que melhorou? Está conseguindo se comunicar mais?
A: Eu consigo me comunicar, não está bom, mas eu me viro bem. Consigo entender na maioria das vezes, mas acho que meu inglês está uma porcaria.
Eu teria que ficar mais uns 02 anos ou mais para ficar ótimo, mas acabo não me cobrando tanto, pois cheguei no nível mais baixo da escola e agora estou no pré intermediário.
Não existe um pílula que você tome e saia falando inglês. É complicado, é difícil, mas estou caminhando um dia de cada vez.
Estou feliz por estar onde estou agora, sei que a caminhada é longa (muito longa) até a fluência, então tenho paciência e vou levando o aprendizado com leveza. Deixei de ser tão cruel comigo rs.
12 – Teve algum momento constrangedor e/ou muito engraçado?
A: Eu tive um momento ruim que mais me marcou aqui, quando levei ovada gratuitamente.
Eu estava voltando do trabalho (após mais de 08 horas de trabalho braçal), super cansada e tudo que eu queria era minha casa. Estava parada no farol quando de repente ouvi um barulho de uma janela abrindo e uma pessoa “abençoada” pegou alguns ovos e resolveu jogar em mim.
Por sorte não conseguiram atingir minha cabeça, mas atingiu minhas costas, pernas e bolsa.
Eu não tinha outro uniforme limpo de trabalho e eu iria trabalhar no dia seguinte. Não tive forças, senti um misto de vergonha e raiva.
Fiquei constrangida demais, haviam umas pessoas para atravessar a rua do outro lado, umas se assustaram, outras me julgaram, outras riram, me senti um lixo naquele momento.
Foi complicado, queria sumir. Entrei no ônibus toda suja de ovo, mas também sentei, eu merecia sentar rs.
13 – O que mais gosta da Irlanda até esse momento e o que mais odeia?
A: Até o momento eu gosto dos PUB’s, da segurança, dos preços das coisas, mas odeio ser imigrante rs.
14 – Você disse na outra entrevista que chorava muito, isso continua?
A: Não choro mais, choro somente quando acontecem coisas chatas como por exemplo o dia da ovada, choro de raiva no trabalho rs essas coisas.
15 – Pretende renovar o intercâmbio?
A: Não. Eu acho legal aqui agora, mas não moraria por mais de 08 meses.
Os trabalhos são difíceis, eu estou cansada fisicamente e psicologicamente. Acho que a vida de quem mora fora do seu país não é fácil. Para mim isso é temporário.
16 – Já consegue visualizar algum aprendizado dessa jornada?
A: Muito! Eu sou uma pessoa bem mais humana hoje. Eu trabalho no chamado “subemprego” e não gosto dessa palavra, não acho que existe subemprego, mas é fato que essa classificação existe.
Eu convivo com gente que saiu do seu país para tentar uma vida melhor, com gente que não tem escolha, com todo tipo de pessoa. Eu escolhi vir pra cá e posso voltar para minha casa, tem gente que está aqui e não pode voltar.
Aprendi a viver com todas as situações, a respeitar muito mais os trabalhos das pessoas, as próprias pessoas, não sei explicar. Eu consegui ver um outro lado da vida que somente poderia enxergar com essas experiências.
17 – Como é ser brasileira em Dublin? Recentemente vimos um caso de brasileiros que estavam sendo atacados nas ruas por irlandeses. Você presenciou algo assim? Sentiu na pele? Como foi para você?
A: Ah, na verdade ser brasileira em Dublin é não se sentir sozinha, pois o que mais tem por aqui é brasileiro.
Você ouve português o tempo TODO rs. Isso não é um problema para mim, graças aos brasileiros que eu consegui muita coisa aqui.
O caso da galera que foi atacada acontece direto por aqui, na verdade tem uma molecada bem mimada daqui que se diverte atacando pessoas e tava rolando muito com brasileiros, mas a real é que acontece com tudo quanto é imigrante e alguns casos até com os próprios irlandeses. O problema são essas molecadas que não tem o que fazer.
É uma situação super desagradável, é gratuito, é desumano, mas não podemos fazer nada, além de tomarmos cuidado. É triste, é o lado ruim daqui.
18 – Você percebe alguma mudança no seu humor e na sua personalidade desde que chegou na Irlanda?
A: Eu percebi uma mudança gigantesca comigo.
Eu definitivamente não sou mais a mesma rs. Me tornei uma pessoa mais tolerante aqui, aguento muitas coisas que no Brasil não aguentaria rs.
Estou mais madura.
19 – Você se considera mais feliz do que na última entrevista? O que mudou de lá pra cá?
A: Com certeza, eu estou bem melhor. Estou cansada, mas feliz. Às vezes amo este lugar, às vezes odeio, vivo numa montanha-russa a todo tempo rs.
O que mudou na verdade foi eu mesma, mudei a forma de encarar as coisas, mudei a energia, mudei a visão e as coisas boas foram acontecendo e as coisas ruins se tornaram menores, apesar de serem mais pesadas.
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