o que eu descobri no pará

Essa viagem sozinha de 20 dias pelo Estado do Pará tem me ensinado muito sobre orgulho de quem se é e de quem veio antes de mim nesta terra.

Me ensina sobre a preservação de tudo que já foi descoberto por aqui. A enaltecer os ensinamentos dos que por aqui já passaram e descobriram tanta riqueza, seja nas frutas, seja no cozinhar dos alimentos, seja na mistura de sabores ou nos sons de suas músicas.

E eu, em casa, tenho pensado tanto sobre meu papel aqui nesse mundo e ponderado demais a função da minha ancestralidade.

São dois temas distintos: o Pará e sua cultura; eu e minha ancestralidade. Mas de alguma maneira, nesse pedaço de papel agora digitado neste computador, esses temas se juntaram.

Na Casa do Carimbó

Porque de alguma forma, seja por um show especial que vim assistir ou pela minha vontade incontrolável de conhecer cada canto do meu país, eu vim parar aqui, no Pará.

E ver esse pedaço da vida que eu até ouvia falar lá em São Paulo, mas que na verdade não tinha ideia de como era, foi revelador.

Só porque a gente ouve falar das coisas, acha que já sabe tudo daquilo. E nunca é assim. Precisamos enxergar com nossos próprios olhos.

Até porque a percepção de um lugar muda de acordo com a pessoa que está observando. 

Tenho entendido cada vez mais que viajar para mim não é sobre conhecer os pontos turísticos.

Aqui tenho andado bem devagar, sem pressa de ter quer ir à outro canto fazer check-in. Já tem muita gente que faz isso. E é muito importante, afinal, utilizei deles para me nortear aqui nessa viagem.

Só que eu preciso sentir. E o Pará tem me feito sentir muito. Talvez por esse paralelo que eu tenha criado entre ele e eu, entre sua cultura e minha ancestralidade.

Não sei ainda destrinchar esse paralelo, mas eu já consigo visualizá-lo perfeitamente.

Hoje eu estou literalmente na metade da viagem, já se foram 10 dias e ainda possuo mais 10, e entendi que ela não é sobre “O que fazer no Pará”, mas sim sobre “O que eu descobri no Pará”.

Claro que terão textos úteis aqui neste blog, mas eles são apenas para te nortear, caro leitor. Para te fazer sentir, aí é com você.

Eu não descobri lugares mega diferentões para visitar em Belém, nem sei de todas as praias para se conhecer. Mas eu descobri seu povo, suas lendas e crendices, suas frutas e frutos, seus tambores e suas cores.

E para mim viajar é sobre isso.

Texto escrito em 17/09/19 na Praia da Princesa, Vila de Algodoal, Ilha de Maiandeua.
– Aqui venta!

Juliana Saueia

Juliana é atriz, escritora e bacharel em Direito. Vive com os pés na estrada e a cabeça em outros planetas.

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2 Comments

  1. Maiara Barbosa

    Que relato maravilhoso! Você conseguiu transmitir pra gente toda a emoção, a troca de experiências e cultura que essa viagem te proporcionou! Viajar é isso: é mais do check in e fotos turísticas… é troca, é conhecimento! É conhecer GENTE e a sua cultura!
    Você trouxe uma sensibilidade única nesse post que a gente não encontra em qualquer blog de viagem. Relatos e dicas de turismo vemos de monte por ai, mas o mais importante é SENTIR! Isso é viajar… Parabéns, parabéns e parabéns!!!
    Ansiosa aqui pelos próximos posts <3

    1. Ahhh, Mai. Meu coração tá quentinho de ler isso, obrigada demais!

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