Bom, eu não sou o tipo de pessoa que se emociona com qualquer filme quanto mais chorar, mas realmente Extraordinário me surpreendeu muito.
Fui assistir achando que seria mais um filme sobre alguém com problemas e que os supera com ajuda da família e amigos, mas é muito maior do que isto. Inclusive, descobri que tenho o livro aqui em casa. Vou começar a ler.
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Extraordinário aborda muito bem o bullying escolar, a influência que algumas pessoas tem sobre outras, sejam amigos ou familiares, a maioria se deixa levar para ser o “popular”.
Querem se mostrar fortes, afirmar que são melhores, mesmo que na realidade sintam-se mal por isso ou nem entendam suas atitudes ruins e só vão na onda dos outros. Isso acontece muito na vida real, as pessoas mentem para si.
O filme mostra muito da realidade em que vivemos, aborda o fato de que todos temos problemas e que muitas vezes as pessoas não são capazes de enxergar isso. Elas ficam tão focadas em suas dificuldades que não enxergam o outro.
Por outro lado, também expõe que algumas vezes fazemos de tudo para ajudar alguém que consideramos ter um problema maior do que o nosso, que esquecemos da existência de outras pessoas cheias de dificuldades a nossa volta.
Eu pessoalmente adorei o fato de que o filme mostra vários pontos de vista, não só o do menino com deformidades.
Aborda o lado da irmã que sente-se abandonada, que precisava de atenção (afinal todos precisamos) e que vê a única pessoa que a enxergava, sua avó, morrer. Além de sua melhor amiga se afastar.
E a irmã continua vivendo e seguindo em frente, sorrindo e sendo gentil, como se seus problemas fossem desnecessários. Isso é ser forte, mas também ser solitária.
Os pais também sofrem, afinal é difícil cuidar de uma criança que precisa de tanto e que sofre recusas da sociedade.
A mãe “desiste” de sua vida em prol do filho e isso parece inerente à ela, mas uma mãe continua sendo uma mulher e um ser humano individual. É muito difícil de abdicarmos de nossos sonhos. E o que uma mãe precisa fazer, que achamos ser seu dever e de mais ninguém, é muito pesado.
Muitos pais acabam fazendo isso e desistem de suas vidas para cuidar somente dos interesses dos filhos.
Os amigos da escola também não escapam de ter problemas.
Até mesmo o, aparentemente, menino rico e esnobe tem suas adversidades causadas por pais com uma consciência do tamanho de uma bala 7 Belo.
Achei o filme fantástico, mas preciso ser sincera e dizer que não é tão triste quanto imaginei. Claro que eu não sou parâmetro para o chororô, mas em todos os momentos tristes, emocionantes e/ou fofos, seguia-se logo para uma cena engraçada.
Mesmo assim, assino embaixo que o filme é extraordinário com atores… EXTRAORDINÁRIOS rs. Sou fã daquele menino desde O Quarto de Jack.
As pessoas podem se identificar com qualquer personagem, seja a mãe batalhadora, a irmã solitária ou até mesmo o pobre menino rico. Porém, mesmo que haja esse reconhecimento, ainda assim é um filme que nos faz refletir sobre a vida, sobre nossos atos perante os outros e também perante nós mesmos. O que estamos fazendo por nós? Estamos enxergando o outro?
Por mais saudável que alguém aparente estar, essa pessoa pode estar precisando de carinho, cuidado e atenção.
Ah, e claro, o filme reafirma algo que já deveríamos estar carecas de saber: SER DIFERENTE É NORMAL!