Desde que nos conhecemos, nunca ficamos tanto tempo afastados. Já são 14 meses sem respirar perto de ti, sem olhar teus braços abertos prontos para me acolher, sem ver a tua agitação da hora em que acorda até o descansar. Ah, que saudades de te sentir.
Mas, quem ama cuida né? E eu não tenho razão alguma para te visitar no meio desse caos, a não ser para satisfazer apenas a mim mesma. Não vou mentir e dizer que nunca me peguei fazendo as malas e querendo sair ao teu encontro, porque já aconteceu.
Nos meus dias obscuros eu sempre corri pra você, meu porto seguro. E agora nesse período desesperador, que literalmente tira o ar de muita gente, como eu não iria pensar em você?
Você que me acolheu, não me perguntou de onde eu vinha, para onde eu gostaria de seguir, que gentilmente tirou a bagagem das minhas costas, me estendendo a mão e convidando para viver o presente…
Meu refúgio, meu paraíso, meu centro, minha lucidez… meu Rio de Janeiro. A cidade que me devolveu os sorrisos. Me diz como que eu volto a sorrir sem te encontrar?
Talvez relembrando todos os meus dias com você?
Mas quando eu lembro, dói de saudade. Não sei te evocar nos pensamentos sem te desejar. Eu aprendi a ser feliz com você e, caramba, isso é tão importante!
Enxergar teu Cristo, de “braços abertos sobre a Guanabara”, por onde quer que eu vá pela cidade é sentir que sou bem-vinda, é sentir que eu faço parte.
Que saudade!
Paro aqui e percebo que estou soando muito superficial. Ah, se os problemas do país fossem apenas a saudade de uma cidade…