Fico me perguntando se a vida é um corredor repleto de portas e se o nosso único propósito é abrir cada uma delas, encarar o monstro que vive ali dentro, sair meio destruída e ainda ter que fechar a porta com elegância. Ah, e estar pronto para enfrentar a próxima.
Somos tão ferrados da cabeça que os problemas viraram infinitos?
Tem alguém que não está lidando com alguma treta (financeira, emocional, material, espiritual, todas as anteriores…)?
Achava que viver isolada me impediria de viver mais gatilhos, mas, ainda assim, temos as amarras ancestrais que parecem não findar. Sempre tem algo para curar. Sempre.
Estou exausta de ressignificar o que quer que seja, mas também não quero ficar presa aos traumas. Que saco!
São tantas questões fincadas na gente que não entendo como conseguimos nos mover. Desamarra algo, mas pode crer que encontraremos outros nós para desfazer, como se fosse um multiverso de questões não resolvidas. Somos a geração que faz terapia, toma floral, se exercita, medita, volta a se desregular e ainda acha que tá “no caminho”.
Somos uma geração de seres humanos preocupados. Com o tempo, com a família, com as opiniões alheias, com o trabalho, com o amor, com a novela, com a comida, com o corpo, com a religião…
Sempre têm o que nos deixa em estado de alerta e reativa um gatilho adormecido.
Fazemos terapia, limpamos aqui, para descobrir que a sujeira apenas mudou de lugar. É um eterno bota o casaco, tira o casaco. Parece ter um propósito no fim. Mas, porra, só no fim? Será que precisa ser tão pedagógico assim, Universo?
Eu me ilumino em uma questão, apenas para perceber que ainda tem muito mais sombra residindo em mim. Que baita lição de humildade, hein? Mas, precisava de tanto?
Não sei você, mas eu tô cansada de ser a versão beta do ser humano em constante atualização.
Por enquanto, sigo aqui: iluminada e surtada, equilibrada só quando tô dormindo e com a paz interior ainda presa na alfândega.
Namastê… mas de longe.
Me erra!
Devolvo o meu processo de autoconhecimento – veio com defeito
