Começando o segundo dia de roteiro pelo Jalapão, acordamos na cidade de Ponte Alta do Tocantins, onde pernoitamos em uma ótima noite de sono na Pousada Águas do Jalapão.
Tomamos nosso café da manhã na pousada, essencial para nos dar energia para mais um dia de expedição, que é sempre ótimo mas cansa bastante e nos faz chegar sempre moídas na próxima hospedagem.
Depois do café fomos arrumar nossas malas, escovar os dentes e encontrar o Junera, nosso guia da agência Calliandra Ecoturismo, para seguirmos viagem.
A primeira parada do dia foi no Cânion Sussuapara, há 16 km da pousada, que foi formado por uma erosão do Rio Sussuapara.
É um local bem agradável e refrescante pois seus paredões de 15 metros de altura contam com água caindo pelas cortinas de plantas e raízes dando um efeito de que está chovendo constantemente por ali.
No fim dele tem uma cascatinha que dizem já ter sido muito melhor, chegando a encher o local e formar uma piscina bem gostosa, onde as pessoas pulavam das pedras.
Hoje devido ao assoreamento o nível da água baixou muito.
Fica aberto das 07h00 às 17h30, mas recomendo que vá pela manhã assim pega os raios do sol entrando no lugar.
O acesso é tranquilo, construíram até uma escada para facilitar.
Para os noveleiros de plantão, o Cânion Sussuapara foi cenário da novela Do Outro Lado do Paraíso.
*se for por conta própria, na entrada do Cânion paga-se R$ 10,00 por pessoa
Se você for um ser místico, se liga nessa informação: pelo cânion você verá algumas pedras brancas, algumas no chão e outras nas paredes.
Diz a lenda que as que estão no chão esperam alguém que as recolha, faça um pedido e as coloque nas paredes, daí é só esperar que os seres da natureza realizem seu desejo. Na dúvida, porque não?
Como eu mencionei no post sobre o primeiro dia no Jalapão, a estrada do segundo dia é a pior que passamos sendo 70 km de estrada de chão bem ferrada, e para completar nesse dia o clima estava muito instável.
Viajamos para o Jalapão em fevereiro e essa é a época do verão molhado, como eles chamam.
Dizem que só existem duas estações por lá: verão seco e verão molhado (época de chuvas).
Spoiler: eu voltaria nessa mesma época, pegamos as atrações vazias, sem fila de espera e como o calor no cerrado não tira férias, estava bem quente mesmo nesse dia instável e ótimo para entrar em todas as atrações que envolviam água.
Depois de um período longo no carro, deu oportunidade para o tempo abrir e fazer solão.
Entramos definitivamente no Parque Estadual do Jalapão, sendo a primeira atração a Cachoeira da Velha na cidade de Mateiros, que é apenas para contemplação ou para a prática do rafting, que não fizemos.
A entrada é por uma ponte e a força daquele lugar é surreal.
Ali eu senti um grito de liberdade da natureza, foi bem bonito.
Ficamos um tempo contemplando realmente aquela beleza toda, descobrindo vários lugares para fotografar de ângulos diferentes e depois voltamos para o carro.
De lá fomos para um dos lugares que eu mais queria conhecer, e nem era um fervedouro ainda!
Deixa eu explicar: lá em 2008 um reality show americano (meu guilty pleasure) chamado Survivor, que está no ar até hoje com novos episódios aliás, fez uma temporada no Tocantins e o nome de uma das tribos era… Jalapão!
Foi o primeiro contato que eu tive com esse Estado vendo como ele era bonito e interessante. Desde então, era louca para curtir os cenários que passaram ali no Survivor.
Parece besteira, mas eu viro uma boba alegre quando consigo alcançar lugares que antes eu só podia ver na televisão.
Quem acompanhou os stories da viagem no Instagram do blog viu como eu não parava de pular e sorrir a toa. Acho até legal quando não deixamos nossa criança interior morrer.
Enfim, essa atração era a Prainha do Rio Novo, que como o próprio nome já sugere, é uma praia de rio. E é deliciosa.
Chegamos lá e tinha uma meia dúzia de pessoas que logo foram embora, então praticamente ficamos sozinhas curtindo a calmaria do local, que só não estava mais calmo porque a Dai foi “atacada” pelos peixinhos kkk.
Parecia que eles adoravam o cheiro dela, sei lá, e ficavam rodeando por onde ela passava.
A parada para almoço é aqui na Prainha do Rio Novo. Antes de acessá-la tem um espaço para estender toalha nas mesas e fazer um piquenique.
Nós levamos uns lanches e frutas e comemos lá na praia mesmo, sozinhas – não esquecendo de recolher nosso lixo!
E depois ainda comemos o doce de Buriti, que o Junera leva consigo para todo lugar. O negócio é muito bom, me lembrou vagamente da goiabada.
O Buriti é uma palmeira do cerrado e você verá muitas por lá, dizem que é um indicativo de que há água na região. E a fruta do Buriti serve para fazer doces, óleos e muito mais.
Até então o tempo, que abriu, permanecia estável, porém no meio do caminho para ver o pôr do sol nas Dunas do Jalapão, nossa última parada do dia, a chuva veio em peso e parecia não dar trégua.
Conseguimos chegar na porteira de entrada para as Dunas, mas Junera parou em uma casinha lá do lado de fora para esperarmos um pouco o tempo melhorar.
Essa casa que paramos pertence a Dona Abenita, que tinha caldo de feijão e café para quem quisesse tomar e contribuir com ela.
Percebi que Junera tinha uma relação quase familiar com ela, contando depois que ela o ajudou muito antigamente e ele só possuía gratidão.
Mas Dona Abenita é realmente bem conhecida na região e ficou ainda mais depois que a Rede Globo construiu uma réplica de sua casa para a novela Do Outro Lado do Paraíso, quem assistiu irá se lembrar: é a casa onde o personagem de Lima Duarte morava e queimaram na novela.
A Globo, espertinha, queria na verdade comprar a casa de Benita pois iriam atear fogo, mas ela não quis vender e aí precisaram fazer a réplica em outro local.
Por fim, depois de muita prosa com Dona Abenita e outros turistas que estavam visitando o Jalapão por conta própria e também pararam por ali, a chuva diminuiu e entramos nas famosas Dunas do Jalapão, mas já sabendo que não iria rolar ver a despedida do Astro Rei.
Enquanto caminhávamos até o topo das dunas, a chuva cessou por inteira e pudemos nos divertir e apreciar o cenário que aparecia em seu topo.
Lindo demais, mas claro com o tempo um pouco nublado ainda, apesar de parar de chover.
Na verdade, esse foi o único contratempo que tivemos por conta de visitar no período chuvoso.
Seria o máximo ver o pôr do sol ali? Não tenho dúvidas, mas só de parar de chover para podermos subir já foi um momento de agradecer.
A vista é tão bonita que mesmo sem por do sol, ficamos contemplando até o anoitecer.
Saímos para ir em direção á próxima hospedagem, e como essa estrada é bem ruim e estava a noite, tudo podia piorar né. Ali eu vi a importância de um guia e um carro grandão.
Junera já está mega acostumado com a estrada, sabe exatamente onde ir, quando passar por certos lugares e também quando não passar.
Seu carro está todo equipado e preparado para as estradas nada confortáveis do Jalapão.
Quando passamos por um certo ponto, que não sei identificar pois estava muito escuro, vimos vários carros parados, tentando ajudar um outro que atolou.
Ninguém conseguia prestar socorro, não tinham equipamentos para isso e lá foi Junera salvar a galera.
Não existe sinal de celular por lá, eu mesma só via sinal quando chegava nas hospedagens e pegava wi-fi ou quando voltamos para Palmas, mas na estrada NADA.
Tomem muito cuidado caso façam a expedição sozinhos.
Enfim chegamos na Pousada Cristal Dourado, que farei um pequeno review aqui para vocês:
Pousada Cristal Dourado:
Ela fica na cidade de Mateiros, há mais ou menos 160 km de Ponte Alto do Tocantins e mais de 300 km de Palmas.
A pousada é simples, mas eficiente. Em nosso quarto eram 03 camas de solteiro bem confortáveis para descansar desse dia pesado (mas lindo) que tivemos, possui TV, ar condicionado e até tem Wi-fi mas não pegou muito bem.
Eu achei o banheiro bonitinho e bem limpo. Nos quartos possui também um jardim de inverno para dar uma graça.
O espaço é total imerso na natureza, por isso pode se deparar com alguns bichos, que é normal.
O espaço do lado de fora é delicioso, com redes, TV e um restaurante, onde jantamos, com uma comida simples mas extremamente deliciosa, já falei que amo o tempero do Tocantins né?
Esse foi o dia mais cansativo de todos, mas só tinha a agradecer pois estava no Jalapão, esse lugar único.
No dia seguinte teríamos finalmente visita aos fervedouros!
NÃO ESQUEÇA DE RECOLHER SEU LIXO!
*Essa viagem foi realizada a convite da agência Calliandra Ecoturismo que forneceu transporte e guia para nossa expedição, bem como as Pousadas Águas do Jalapão, Cristal Dourado e São Félix do Tocantins que nos ofereceram como cortesia a hospedagem, café da manhã e jantar. Por favor, veja a política do blog para mais informações.
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