Faz um tempo que eu preciso falar sobre a Zona Portuária do Rio de Janeiro.
Toda vez que visito a cidade e estou com algum amigo que ainda não a conhece, levo no Museu do Amanhã e para tirar fotos no grande mural do Kobra.
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Em uma das minhas últimas visitas, encontrei com a Carol, uma amiga que fiz pelo instagram, e ela nos levou em um passeio bem diferente e importante ali pela Zona Portuária, que eu desconhecia totalmente.
Essa parte do centro do Rio de Janeiro possui um contraste temporal muito importante de pontuar e de conhecer.
Por ali temos o Museu do Amanhã, que visa ampliar conhecimento sobre o futuro do nosso planeta, e na mesma região há a Pequena África, uma área proveniente da época da escravidão.
É um passeio que faz todo sentido realizar junto. Não a toa, estão na mesma região do Rio de Janeiro. O passado não pode ser esquecido, pois só ao compreendê-lo e valida-lo é que podemos viver e fazer um futuro melhor.
Sem mais delongas, vamos conhecer os pontos que visitamos nesse tour pela Zona Portuária do Rio de Janeiro, para que você, em sua próxima visita à cidade maravilhosa, também possa conhecer.
Zona Portuária do Rio de Janeiro
Praça Mauá
Provavelmente será daqui que você começará seu passeio.
A Praça é bonita mas o interessante mesmo são os museus que ficam nela.
Museu do Amanhã
Um museu muito legal de visitar, que nos instiga a indagar quais os caminhos para o nosso futuro, quais atitudes da atualidade serão benéficas.
De tanto que temos acesso, com tanto conhecimento, qual será nosso objetivo? O Museu do Amanhã percorre o modo de viver em 50 anos, com várias possibilidades.
Vale muito a pena conhecer.
Valor do ingresso: R$ 30,00 e possui meia-entrada.
Funcionamento: quinta a domingo, das 10h às 17h, com última entrada às 16h.
Você pode comprar o bilhete online no site do Museu do Amanhã.
MAR – Museu de Arte do Rio
Segundo o site do MAR: “o Museu de Arte do Rio promove uma leitura transversal da história da cidade, seu tecido social, sua vida simbólica, conflitos, contradições, desafios e expectativas sociais”.
Também possui exposições de curta e longa duração, tanto nacionais quanto estrangeiras.
Eu ainda não entrei para conhecer o interior do museu. O máximo que cheguei perto foi para visitar o 6º andar (que é gratuito o acesso ali), onde possui um mirante que dá para a Praça Mauá, o Museu do Amanhã e a ponte Rio-Niterói.
Valor do ingresso: R$ 20,00 e possui meia-entrada.
Funcionamento: quinta a domingo, das 11h às 18h.
Você pode comprar o bilhete no site do MAR.
Para quem quiser entrar tanto no MAR quanto no Museu do Amanhã, há um bilhete único que combina as entradas nos dois museus.
O valor fica R$ 35,20 e possui meia-entrada.
Mural do Kobra
Eu amo uma manifestação artística na rua! E fica na cidade do Rio de Janeiro o maior grafite feito por uma pessoa só do mundo.
É o mural Etnias com 3 mil metros quadrados, do brasileiro Eduardo Kobra, com cinco índios de cada continente: os huli, da Oceania; os mursi, da África; os kayin, da Ásia; os supi, da Europa; e os tapajós (América).
É lindo demais!
Se continuar andando pelo Boulevard Olímpico, encontrará, ainda, outras artes de rua bem legais.
10 ótimas trilhas para fazer no Rio de Janeiro, pelo blog O Diário de Uma Viajante
Estátua de Mercedes Baptista
O primeiro “olá” que recebemos ao entrar na Pequena África é por essa estátua localizada no Largo de São Francisco da Prainha, de Mercedes Baptista, a primeira mulher preta a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Ainda assim, precisou lidar fortemente com o preconceito.
Mesmo tendo passado no concorridíssimo concurso, eram poucos os diretores que a escolhiam para fazer parte de seus espetáculos.
Ela foi escolhida para estudar na companhia de Katherine Dunham, nos Estados Unidos e quando voltou ao Brasil, decidiu fundar sua própria companhia baseada na cultura afro-brasileira.
Apresentou, com seu grupo, diversos espetáculos no Brasil e em vários países da América Latina.
Em 1960 foi convidada a criar uma ala para a escola de samba Salgueiro, que saiu vitoriosa naquele ano. E em 1963 montou a comissão de frente da escola, com o enredo “Chica da Silva”.
Em 2008 foi homenageada pela escola de samba Acadêmicos do Cubango: “Mercedes Baptista: de passo a passo, um passo”. Em 2014, aos 93 anos de idade, ela faleceu.
Pedra do Sal
Com a proximidade do oceano, aqui era o local onde descarregavam o sal, que era utilizado para fabricar couro e para conservar a carne.
Depois, foi palco de vários sambistas, sendo o local de surgimento do samba urbano carioca.
A Pedra do Sal fica no Morro da Conceição e também já serviu como local para manifestações da religião africana.
Hoje é um dos locais mais bem recomendados para quem quer mergulhar no verdadeiro samba carioca. Sendo que as rodas de samba tradicionais acontecem às segundas-feiras e o espaço fica todo tomado pelo público amante do ritmo.
Por lá ainda podemos ver algumas manifestações artísticas de rua com mensagens importantes.
Cais do Valongo
Os escravizados que chegavam da África eram negociados em um mercado lá na região da Praça XV do Rio de Janeiro, o que incomodava muito a elite branca que frequentava o local.
Afinal, ficava feio comercializar escravos em uma parte da cidade que era nobre.
Assim, em 1774, transferiram-nos para o Cais do Valongo, que se tornou cenário importante do tráfico como um antigo porto de escravos onde estima-se que mais de 1 milhão de africanos adentraram de forma forçada em solo brasileiro, que mesmo após sua proibição em 1831, continuou sendo palco da compra e venda de seres humanos.
Havia por ali, inclusive, um cemitério dos Pretos Novos.
Quando a Princesa Teresa Cristina chegou ao Brasil, o local foi aterrado e rebatizaram o lugar de Cais da Imperatriz, que mais tarde também seria aterrado.
Na época da revitalização do espaço da zona portuária do Rio de Janeiro, encontraram tanto o ancoradouro do Valongo, quanto da Imperatriz.
Junto, haviam objetos de culto de vários países africanos. Estava aí, um passado que o Brasil tentou esquecer.
E agora, exposto, para que todos se lembrem do passado, está este sítio arqueológico do Cais do Valongo, para que lembremos da nossa dívida histórica e de que o futuro precisa passar bem longe desse passado.
Fonte: https://diariodorio.com/historia-do-cais-do-valongo-2/ e Carol do @um_giro_varios_clicks
Pouco mais de 10 minutos de caminhada do Cais do Valongo, você chega no AquaRIO, o maior aquário da América do Sul.
É um ponto turístico que ainda não conheci mas que dá para juntar e fazer nesse passeio pela Zona Portuária do Rio de Janeiro.
Bar Imaculada
Por fim, acabamos nosso tour no Bar Imaculada, no Morro da Conceição, que na época havia participado do festival Comida de Buteco.
Um local bem gostoso para almoçar ou terminar o dia, vale bem a pena conhecer.
Ah, e cada mesa vem com uma placa de uma figura importante da nossa cultura! Nós sentamos na de Luiz Gonzaga.
Essa região é muito rica de história! Tem marcos antigos que mostram o Rio de antes e marcos tão contemporâneos como o Museu do Amanhã com a sua marcante arquitetura.
Adoro passear na região do Porto! É uma das partes do Rio que adoro visitar!
Siiim, eu amei conhecer esses marcos antigos nessa última viagem pelo Rio. Se tornou uma das minhas partes favoritas também.
Que vontade de voltar para o Rio! Nós não conhecemos o Museu do Amanhã, mas depois desse post eu já quero muito ir.
Não devemos ignorar o passado. Ele nos ensina, nos mostra como chegamos aqui. Somos um acumulado de conhecimentos e nada começa do zero. Ao viramos o olhar para o passado, mesmo para nossas vergonhas como o longo capítulo da escravidão, entendemos o presente e mudamos o futuro. A ignorância não nos leva a nenhum lugar bom.
Gosto do que fizeram na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Já visitei o MAR e adoro. Recomendo muito o museu! 🙂
Gosto muito do trabalho que foi feito e que continua sendo realizado na zona portuária do Rio. A integração entre as atrações é o grande atrativo sem dúvida, mas ainda sinto falta de bons restaurantes ou opções gastronômicas. Em breve, quem sabe sai o projeto de mercado tipo Time Out por ali.
Que demais este tour pelo futuro e passado da zona portuária do Rio de Janeiro. Salvando as dicas pra quando for ao RJ novamente! Obrigada por compartilhar!