As fases do luto em Wandavision

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As fases do luto estão muito bem explicitadas na série Wandavision, da Marvel, disponível no streaming da Disney+.

A primeira vez que vi alguém falando disso foi num vídeo da Mikannn com o Michel Arouca e fez todo o sentido na minha cabeça.

Eu Nunca… lidei com o luto! Como a série da Netflix trata tão bem do assunto.

É incrível como além de passearem por vários anos de sitcoms mostrando como os formatos desse tipo de série foram mudando ao longo do tempo, eles conseguiram perambular pelas fases que uma pessoa enlutada passa ao perder alguém muito importante pra si.

E desenhar isso na forma da Wanda, com poderes mágicos, fica mais fácil de explicar ao público. Achei uma forma lúdica de podermos associar suas explosões em magia com as explosões que acontecem na mente de quem perdeu alguém amado.

Foto: IMDB/Reprodução

A gente aqui, reles humanos sem poderes mágicos, também explode e perde o controle nessa situação, além de querermos fugir para um lugar seguro.

Mas vamos lá, às fases do luto e como foram relacionadas em Wandavision!

CONTÉM SPOILER!

Se preferir, você também pode assistir ao vídeo desse tema no Youtube:

As fases do luto em Wandavision:

Fase 1 – Negação

Quando recebemos a notícia da morte de alguém, seja por outra pessoa ou assistindo isso acontecer, na cabeça da gente aparece uma tela azul e a mente precisa resetar aquela informação. Um luto (ou vários lutos) sofrido nos isola do mundo.

Tudo que aceitamos é voltar para o momento que a pessoa amada estava ali, viva, na nossa frente, rindo e fazendo planos para o futuro. É impossível amar alguém e não querer essa pessoa de volta.

Qualquer entendimento filosófico ou religioso cai por terra nessa fase, e isso é natural.

Foto: IMDB/Reprodução

Falando da nossa amada Wanda, ela desapareceu depois do Visão ser morto pelo Thanos, que logo após matá-lo, estala os dedos e a Feiticeira Escarlate vira poeira.

Então, quando ela volta em Vingadores Ultimato com o estalo do Hulk, luta contra Thanos e seus capangas, e logo depois disso tudo acabar, ela vai atrás de se despedir do visão.

Foto: IMDB/Reprodução

Mas a falta que ele faz em sua vida é tão dolorida que ela cria um universo onde o Visão ainda existe e eles viveriam a vida que ele planejou, com a casinha no interior onde ele havia comprado o terreno.

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Foto: IMDB/Reprodução

A dor de quem sofre um luto é tão gigante que, se tivéssemos poderes mágicos como Wanda tem, com certeza também criaríamos aquela redoma com todas as possibilidades de ser feliz com quem amamos ali dentro.

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A gente não quer e não vai aceitar logo de cara essa ruptura. E Wanda já havia perdido tanto, que estava impossível ficar nesse mundo como conhecia.

Nos dois primeiros episódios, Wanda estava vivendo dentro de sitcoms bem leves, sem conflitos dramáticos, como se fosse o mundo perfeito.

O mundo perfeito que ela merecia viver com o Visão, e que foi tirado dela.

Foto: IMDB/Reprodução

Aqui ela levou sua mente para um local seguro, se apegou naquilo que tinha de memória de uma vida com final feliz. Durante a nossa dor, cada um de nós vai para o seu lugar seguro particular. No caso dela foram as sitcoms.

Essa fase é nítida também quando a Wanda vê o agente da Sword que está vestido de apicultor saindo do bueiro, e ela diz “Não!” rebobinando toda a fita pra um lugar onde estava feliz.

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Fase 2 – Raiva

A raiva é parte importante do luto, onde paramos de engolir aquele sentimento remoído e colocamos pra fora toda a nossa tristeza que vem forte na forma da raiva.

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Foto: IMDB/Reprodução

O que nos aconteceu é revoltante e no caso de Wanda, quando aparece algum elemento atrapalhando essa nova realidade que ela criou ou a confrontando dizendo que ela não deveria viver no “faz de conta” que inventou, ela expulsa a pessoa ou rebobina a situação para que ninguém fale o que ela ainda não está preparada para escutar.

Aqui a gente começa a sair do estado de total fantasia e vislumbra o mundo como ele é, mas ainda negamos e explodimos com raiva para cima de tudo e todos que nos tentem colocar os pés no chão.

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Foto: IMDB/Reprodução

Pequenos conselhos para quem está vivendo um luto

Podemos, também, nessa fase, culpar Deus e o mundo. Nos sentirmos culpados, culpar a pessoa que morreu, culpar as pessoas ao redor, culpar o divino, etc.

Uma cena que explicita tudo isso é no terceiro episódio, quando Wanda expulsa Monica Rambeau de dentro do Hex, em Westview, quando a agente da Sword tenta confrontá-la sobre a realidade que ela criou e a verdadeira, fora do domo.

Wanda se irrita profundamente por alguém estar invadindo e querendo acabar com o último resquício de felicidade que ela tem, e joga Monica pra fora.

Foto: IMDB/Reprodução

O que acontece com nós aqui, quando acabamos explodindo com outras pessoas nessa fase de raiva por conta do luto.

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Porque é impossível fazer o outro entender o porquê você está agindo da forma que está e porque você não quer lembrar dos seus traumas. Se alguém cutuca essa sua ferida, ela vira logo uma inimiga.

Fase 3 – Barganha

Esse estágio do luto acontece quando estamos com raiva, mas já entendendo o que está acontecendo ao nosso redor, mas, ainda sem aceitar, a gente fica pensando muito no “e se”, como tudo poderia ter sido diferente se algo tivesse mudado no meio do caminho.

E aí tentamos fazer um acordo com a vida, para que ela nos devolva aquilo que foi tirado, de alguma forma.

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Foto: IMDB/Reprodução

Claro que uma pessoa morta será insubstituível e isso leva ao próximo estágio, a depressão.

A barganha, em Wandavision, pode ser associada ao momento em que Wanda, já ciente de tudo que criou por conta de sua mais recente perda, sai do Hex e confronta Hayward e os outros agentes da Sword dizendo que se eles não a incomodarem lá dentro do domo, ela também não os incomodará lá fora.

Foto: IMDB/Reprodução

É como se ela barganhasse: me deixem viver isso aqui que eu criei, eu sei que é mentira, mas é o que me faz feliz, que eu não vou usar meus poderes para destruir nenhum de vocês.

Nessa cena é interessante notar que Monica conversa com Wanda também tentando oferecer algo e a Feiticeira Escarlate reafirma dizendo: eu tenho o que eu quero, me deixem em paz.

Monica também está sofrendo um luto pesado e enxerga na Wanda uma figura que precisa de ajuda, por entender o que ela tem sentido.

Além da Curva

E Wanda, por sua vez, também enxerga essa dor em Monica, que diz que sendo Wanda uma telepata e que confiou na agente da Sword para ter os seus bebês, ela sabia que eram aliadas, mas como Monica não tinha nada a oferecer para a ex-vingadora no momento, além da quebra da ilusão que havia criado, ela virou as costas e retornou para seu mundinho.

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Foto: IMDB/Reprodução

Fase 4 – Depressão

No episódio 7 conseguimos enxergar uma Wanda totalmente depressiva, abatida, sentada no sofá de casa sem muitas expectativas da vida.

É uma fase em que finalmente reconhecemos o luto e sentimos essa perda de maneira profunda. Há o entendimento de que a morte (pelo menos a física) foi definitiva e não tem como reaver aquela pessoa.

É quando o choro finalmente vem e a mente e o corpo ficam extremamente cansados por terem lutado tanto pra manter algo que não está mais aqui.

Foto: IMDB/Reprodução

Sem essa fase do reconhecimento da perda e, consequentemente, a dor profunda que se instala como depressão, não há a aceitação. Não tem como.

Os episódios 7 e 8 são os meus preferidos em relação aos estágios do luto e sua evolução. No primeiro, como mencionei ali em cima, ela está derrotada, sem perspectiva de um futuro sem o Visão, remoendo a dor.

Foto: IMDB/Reprodução

Inclusive, ela começa o episódio assumindo os estágios do luto que já passou. Ela mesma diz que sente tudo desmoronando e não sabe como consertar, não sabe nem o que está acontecendo, se vendo perdida.

Ela vê a realidade que criou se dissolvendo e não sabe como reagir à isso, porque dói, dói muito!

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Foto: IMDB/Reprodução

Enfim admitiu a perda do seu amado e não está mais tentando fingir que isso não aconteceu, se prendendo na ilusão dos dois primeiros episódios. Isso é de uma importância absurda pro enlutado.

Essa “recaída” é necessária e é exatamente o que nos faz levantar mais pra frente. Temos que deixar a pessoa passar por isso.

E como Monica lembra Wanda, ela não é uma vilã por estar passando por tudo isso. Mas machucar todos ao nosso redor também não é a saída. Por isso que precisamos aceitar ajuda externa.

Foto: IMDB/Reprodução

A fala de Monica é muito bonita quando se abre para a Feiticeira Escarlate dizendo que também perdeu a pessoa mais próxima dela e diz que não quer mais controlar sua dor, porque ela precisa sentir tudo isso pra poder liberar mais pra frente.

E é isso que acontece com Wanda, de uma maneira diferente, por influência da Agatha Harkness, no episódio seguinte. Ela é obrigada a reviver seus momentos mais traumáticos.

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Foto: IMDB/Reprodução

E vemos o quanto Wanda já perdeu. Ela conheceu a brevidade da vida desde muito nova e só foi perdendo pessoas amadas a cada fase de sua vida. E tudo isso estava trancado dentro dela.

Não é fácil reviver nossos eventos traumáticos, ainda mais quando se acumulam lutos não trabalhados.

Mas de um jeito ou de outro, ela olhou para cada um de seus traumas. O que é a chave para aceitar o luto.

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Foto: IMDB/Reprodução

Fase 5 – Aceitação

Com tudo que Wanda encara no episódio 8, ela finalmente pode deixar tudo isso para trás e aceitar a morte do Visão.

A aceitação não é rápida e ela vai doer muito. Doer tanto, que por uma última vez, vamos tentar nos agarrar à nossa fantasia de mundo ideal.

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Foto: IMDB/Reprodução

Mas essa ideia vai rachar, como todas as outras vezes, e com toda a consciência que tomamos encarando tudo que escondíamos de dor e angústia, conseguimos liberar nossa mente e nosso corpo para viver a realidade.

No mundo dos mortais sem poderes mágicos, a melhor e mais adequada forma de chegar nesse estágio, encarando tudo aquilo que temos medo de remoer, é a terapia.

Um local sagrado, onde podemos ser expostos e frágeis, porque teremos um profissional adequado para nos conduzir nessas lembranças difíceis de reviver.

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Foto: IMDB/Reprodução

A despedida de Wanda e Visão é linda e de fazer muitos telespectadores chorarem.

Não é fácil dizer adeus pra quem amamos e nem tem uma receita para isso, mas é necessário que o façamos, para não machucarmos outras pessoas ao nosso redor, como Wanda estava machucando, para podermos começar um outra história, que talvez tenha sim mais perdas, mas que será real e palpável.

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Foto: IMDB/Reprodução

Na realidade todos essas fases do luto podem se confundir e alternar, uma hora estamos negando, depois vem a raiva, entramos em depressão, volta a raiva, tentamos barganhar, volta a depressão e por aí vai.

E dentro de cada um desses estágios, há milhares de sentimentos.

Para finalizar esse post, só posso deixar aqui a frase do Visão para Wanda:

“O que é o luto se não o amor que perdura?”

Foto: IMDB/Reprodução

Juliana Saueia

Juliana é atriz, escritora e bacharel em Direito. Vive com os pés na estrada e a cabeça em outros planetas.

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9 Comments

  1. Adorei esse post. Realmente é bem isso mesmo as fases do luto. Sempre muito difícil aceitar, mas depois as coisas vão tomando seus lugares né? Parabéns pelo post.

    1. Exatamente, é importante passar por todas essas fases do luto como nos mostra o seriado WANDAVISION para ressignificar a perda e o que ela significa em nossa caminhada.

  2. Fabíola Moura

    Que legal essa análise. Assisti a série com meus filhos e não tinha tido esse olhar didático das fases do luto em Wandavision, agora posso compartilhar com eles para discutir esse assunto tão delicado.

    1. Ah que massa, acho super importante mostrar para os pequenos dessa forma o luto, porque infelizmente é algo que todo ser humano tem que lidar ao menos uma vez na vida né? Nada nos prepara para a morte, mas a gente entende que precisa passar por todas as fases do luto, assim como no seriado WANDAVISION, para a vida continuar.

  3. Ângela+Martins

    Eu adorei assistir Wandavision. Achei super interessante sua reflexão sobre as fases do luto na série.

  4. Ju, eu assisti Wandavision, mas não tinha olhado por esse ponto de vista. Não tinha reparado nas fases de luto dela, provavelmente porque nunca perdi ninguém muito próximo, exceto meu avô quando eu era pequena (tinha uns 7 ou 8 anos). Mas lembro que não chorei. E todos acharam estranho, inclusive eu me sentia a esquisita por não ter chorado no enterro dele. Me senti estranha por anos. Mas lembro nitidademente que eu tinha sonhado que ele veio se despedir de mim e disse que ia fazer uma longa viagem, mas pra eu não ficar preocupada porque ele ia estar bem. Então eu não senti uma dor tão grande..
    Talvez eu tenha entrado em negação, por isso não chorei. ou fui direto pra aceitação. Nunca tinha parado pra pensar nisso… quem você perdeu?

    1. Ah, Cintia, as fases do luto são, às vezes, muito complicadas de assimilar fase a fase, elas se misturam demais né? Passamos de uma fase pra outra e voltamos pra primeira, oscilando entre elas até a aceitação e as vezes podemos mesmo ir logo pra aceitação. Acho bom a gente perceber isso na gente, ajuda até a nos autoconhecermos melhor. Eu perdi minha mãe, meu pai, minha avó e meu irmãozinho de 7 anos na época.

  5. Olá Ju.

    Sou Gabriella, neuropsicóloga e especialista em Cuidados Paliativos, Tanatologia e Processo do luto. Vi seu post, pois de forma deliberada pesquisei sobre postagens acerca de Wandavision e as fases do luto que eu tinha total certeza que encontraria.

    As fases do luto é um mito, infelizmente disseminado e muito conhecido pelo senso comum. De forma nenhuma queria desmerecer sua postagem. Tenho certeza de que você fez uma pesquisa árdua e também sei que este tema é de fácil acesso aos sites no Google, mas certamente em artigos científicos você não encontrará sobre, pois é unanimidade no meio científico que as fases do luto é um mito. Vou lhe contextualizar:

    Em 1969 a psiquiatria suíça Elizabeth Kübler-Ross escreveu um livro chamado “Sobre a morte e o morrer” ao qual abordava seu trabalho com pacientes moribundos e aborda acerca das fases do morrer, erroneamente divulgado pelo senso comum como as fases do luto.

    Não consideramos que o luto possui fase, pois na realidade ele é um conjunto de reações físicas, psíquicas, sociais e emocionais a partir da ruptura de um vínculo afetivo, seja pela morte concreta (propriamente dita) ou pela morte símbolica. Portanto, estaremos falando de luto, para além da morte, mas também em perdas de emprego, rompimentos de relacionamento, perda de um objeto querido, etc.

    Além do mais o luto é único e individual, pois suas reações dependerão de diversos fatores: O tipo de vínculo que você tinha com o objeto perdido, a sua cultura, a sua possível religião, etc.

    Portanto, o luto não possui fases, uma vez que ele é único para cada ser humano.

    Para tanto, peço que reconsidere sua postagem, pois infelizmente essa é uma informação equivocada erroneamente divulgada em muitos meios e nós, especialistas, tentamos lutar contra, uma vez que essa informação traz diversos danos para aqueles que estão passando pelo processo do luto e encontram mais sofrimento a partir do momento que percebem não se encaixar nesse padrão de fases.

    Obrigada.
    Atenciosamente,
    Gabriella.

    1. Oi Gabi, tudo bem? Obrigada pelo comentário e já tendo eu mesma passado, infelizmente, por diversos lutos (alguns traumáticos, outros apenas tristes, alguns desconfortáveis mas que não reverberaram muito, inclusive luto de alguns sonhos pessoais – já escrevi isso até mesmo em outro post aqui no blog: Os planos que não dão certo também são lutos que precisamos viver), entendo perfeitamente como passamos por cada luto de forma diferente e nunca um será igual ao outro.

      Sempre comento isso aqui e em minhas redes sociais. Talvez você não tenha lido o texto apenas o título, mas nele eu completo dizendo que essas “fases” podem se confundir e alternar, além do quê existem inúmeros sentimentos dentro de todo esse macro das populares “fases do luto”.

      No mais, não poderia falar sobre todas as pessoas e seus traumas, isso ninguém consegue né? É impossível. Mas acredito que em algumas dessas fases, sejam elas psicologicamente aceitas ou não (vejo muitos psicólogos embasando que são, mas estou curiosa para entender mais do que você trouxe), uma grande parte dos enlutados acabam se encaixando, por isso as fases do luto ficaram populares, porque a gente se relaciona mesmo. Como eu disse, talvez não todos os enlutados, porque falar com cada um especificamente é um ato impossível, mas com uma parcela sim. E todo conteúdo na internet é assim, não é falado para todas as pessoas do mundo, mas para uma parte que se identifica.

      O seriado Wandavision maximizou de uma forma lúdica essas fases do luto e achei interessante trazer aqui um pouco mais sobre essa dor da perda, com tantas representações que vi no seriado de diferentes lutos que eu tive e me relacionei.

      Por isso meu blog tem caráter pessoal, falo apenas do que eu vivi e do que enxerguei.

      No mais, caso queira, pode me contatar via e-mail: blogalemdacurva@gmail.com e podemos conversar mais sobre seu trabalho e posição, e arrumar, quem sabe, uma maneira de falar sobre esse seu ponto estudado em um outro post aqui mesmo ou nas minhas outras redes sociais, em vídeos. Fica o convite!

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